segunda-feira, 4 de agosto de 2014

eu podia passar mais 24 horas aqui falando sobre você só pra fingir que isso tudo não tá incomodando.
podia passar uma noite em claro - mais uma!- só lembrando como é bonitinho quando você sorri e levanta os óculos com a bochecha.

eu podia ter a coragem que você pensa que eu tenho.
pra te escrever agora, essa hora, e te contar a falta que faz ter você na minha rotina.

"caramba! três meses que a gente não se via..."
e em nenhum desses 90 dias eu deixei de pensar em você.

que todas as flechas lançadas virem flores,
que um dia, na hora certa, floresçam dentro de nós.

quem tem pressa, vê um botão.
quem sabe cuidar, vê um jardim real.

segunda-feira, 31 de março de 2014

eu duvidei quando você me disse que uma semana era o suficiente pra morrer de saudade.
fiz cena.
depois de 4 dias eu já te procurava em todas as esquinas. mas nenhuma delas era nosso pedaço favorito daquele quarteirão imenso.

eu te reprimi quando você tentou começar uma cena de ciúmes.
só com o olhar.
três dias depois engasguei no meu próprio veneno. só você não viu o jeito como ela te olhava. não precisa me reprimir também.

eu ri de você quando o nome do meu irmão escapou no meio da conversa.
constrangimento mútuo.
mas eu também sei o nome do seu. e a data do aniversário dele também.

eu te disse que tinha um coração com armadura.
que ninguém jamais seria capaz de derreter esse gelo todo que o tempo criou.
você acreditou.
hoje te escrevo meia dúzia de palavras pra você nem mesmo ler...

sábado, 4 de janeiro de 2014

eu queria dois dias de folga de você.
pra respirar aliviada pelas brechas que vão ficando conforme o tempo passa. como se dois dias fosse tempo demais assim...

toda vez que o celular toca e eu leio seu nome - tão curto e tão forte - eu perco um pouco da minha capacidade de respirar. e de pensar. e de ser inteligente. se é que algum dia já consegui ser inteligente perto de você, mas sempre achei que quem deixa a gente meio burra é mais interessante.

mas não dava!
mesmo que você não aparecesse pela tela do telefone, aparecia na tela da minha mente. refletido em preto e branco tipo filme antigo e sendo o maior clichê da minha vida inteira.

eu sei que sempre quis que a vida me trouxesse alguém como você, mas agora tenho medo.
e te ver falando sobre as coisas que eu mais gosto (e que você odeia, eu sei, mas esquece o ódio só pra ter assunto) me fazem perder um pouco do medo. o que me deixa completamente embasbacada sobre o poder estranho que seu bom humor meio errado tem sob mim.

hoje eu acho que te odeio por gostar tanto de você e da sua forma de ver a vida, que é igualzinha à minha.

não sei onde você esteve escondido esse tempo todo, mas, por favor, não volta pra lá.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

parece que o mundo tem girado mais rápido, mas ele parou quando sua mão encaixou na minha.
mesmo que de brincadeira, parecia truque de mágica.
aquilo era tão eu e você. tão despretensioso. tão sem pressa.
e se algum dia já importou quem estava em volta, hoje não fazia mais sentido.

encontraram-se as mãos, os olhares e os risos.

e as notícias tão incríveis que eu já sabia e fingia não saber só pra te ver feliz em me contar alguma coisa nova.
as músicas que você descobriu depois de mim e nunca saberá.

tudo isso eu guardei no mais profundo baú de memórias e te dei a chave.
só falta você destrancar.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

passei boa parte da noite ouvindo você contar sobre o seu dia tumultuado e sua vida sem sentido.
tratei os seus problemas - que nem de longe eram meus também - como meus.
juntos resolveríamos a fome na áfrica, se era essa a sua preocupação.

sorri quando, mesmo depois de toda a conversa irritada, você sorriu suave e perguntou sobre o meu dia.
o coração ficou feliz quando você acariciava meus joelhos enquanto eu te contava alguma coisa sem sentido que você fingia ser legal - fingia, eu sei.

podia ter terminado assim, mas sem erros, não há fim.
te dei a mão, mas queria seu coração.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

caiu a noite. e mesmo estando do seu lado o cheiro do cigarro alheio foi o que me fez lembrar você.

apesar daquele monte de insinuações que passaram desapercebidas, nós dois éramos um só.
e cada vez que uma generalização chegava aos meus ouvidos, eu morria um pouco por dentro.

treinei no espelho minhas melhores caras de não-ligo e passei a usá-las cada vez que suas palavras se tornavam facas afiadas prestes a me perfurar.
todas as minhas armas foram ao chão.
fiquei despida de todo o orgulho que me completava até a tampa.
essa era a mais pura e mais verdadeira eu.

tristeza que chegou a doer.
enquanto eu te escrevi essas palavras, perdi as contas de quantas lágrimas escorreram.




segunda-feira, 29 de julho de 2013